segunda-feira, 15 de setembro de 2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Parasita obrigatório. Eu.

Olhe Mãe,

Se algum dia me acontecer alguma coisa, quero que tenha bem presente que o melhor que a vida me deu, foi a MÃE.

Rimos imensas vezes, choramos outras, fomos o preto e o branco, o gato e o rato, o tubarão e o parasita. Fomos amor vivo e amor duro. Afinal, não há nada mole que resista uma vida inteira. E não há nada que seja, simultaneamente, simples, verdadeiro e eterno.
A complexidade gere a vida. E tal como a vida, as relações implicam uma luta diária, um adaptar-se constante, um trabalho árduo e ... calma. A nossa casa nunca foi propriamente "calma" mas com  um dia melhor do que outro, adaptá-mo-nos ao "nosso reboliço".
O trabalho diário aliado à empresa por vós construída de raiz, "roubaram-nos" muitas conversas à mesa, algumas horas de sono (raro sábado aquele em que o telefone do Pai não começava a tocar logo pelo início da manhã), férias de verão e muitos serões nocturnos, em que a mãe e o pai passavam horas a conferir tabelas de preços, a fazer propostas, a mandar faxes, a fazer pagamentos e a aguardar respostas de quem, no meio de tudo isto, tinha o queijo e a faca na mão - os fabricantes, os transitários e ... os MARES.
E o querer dar uma resposta exacta aos "clientes" estando na dependência de fábricas, barcos, ondas e descargas foi e é duro. E há quem aguente tudo isto. E há quem desista. E nunca, NUNCA em nenhum dia, nem nos piores momentos, vi um baixar de braços. Só posso dizer: "E que orgulho o meu, Mãe!" E que grande lição me deste!
Mesmo que aos meus 10 anos percebesse pouco de NIB's, IVA's, preços de tabela, transitários, contentores, telas, cloro, bicarbonato e afins, soletrava-os como nenhum colega meu!!! Such a proud!
O que é certo é que desde cedo, comecei a dar valor ao trabalho.
E hoje arrisco-me a a afirmar que é ele quem comanda, arranca e abranda a minha vida. Ou, não querendo ser injusta, uma grande parte da minha vida. Tem uma papel insubstituível. Não é um "ser" mas tem vida própria. Não fala mas comanda-me. Não o vejo mas toca-me.
Sou uma apaixonada pela competência. Pela dedicação. Pela honestidade. Pela humildade. Pela ordem. Pela partilha.
Uma apaixonada pelo que faço e onde quer que chegue e o que quer que alcance, esse limite deve-se à MÃE!

Revejo-a em todos os valores que regem o meu dia.
É completa. É integra. É única. É Mãe, Mulher e Dedicação sem igual. É cansaço e força sobrenatural.
É minha.

Obrigada MÃE!






EU

Tenho que decidir e decidirei no dia em que chegar a P. Mas não. Não quero. E esta é a minha voz interior. É esta a voz que não me dei...