sexta-feira, 31 de maio de 2013

Foi o meu último dia no IPO do Porto!

Agora rumo para a Cirurgia Geral na Póvoa...

Balanço final positivo mesmo que a cirurgia tenha ficado afastada da minha lista de especialidades prioritárias.

Fiquei impressionada (e BEM impressionada) com a qualidade dos Médicos, dos Enfermeiros e com a própria qualidade dos serviços/ materiais!
Adoptam uma filosofia de trabalho diferente da dos hospitais comuns mas, tendo em conta os resultados obtidos e o relato dos doentes, parece-me a mais correcta/eficaz a adoptar no contexto desta doença.

Muito resumidamente, o doente é colocado no centro e à volta dele giram todas as especialidades envolvidas na sua cura: Oncologia Médica, Radiologia, Cirurgia Oncológica, Anatomopatologia, Anestesia e outras que, eventualmente, o doente possa necessitar.


Os doentes são discutidos/orientados individualmente em consulta multidisciplinar/ consulta de grupo por profissionais das diversas áreas (médicas e cirúrgicas)  com o intuito de estabelecer o melhor tratamento e a melhor decisão.
Há, portanto, um DOENTE e não uma doença!

Parabéns ao Director do Serviço de Oncologia (Dr Abreu) que, segundo o que me parece, tem feito um bom trabalho!

Analisando esta semana, a parte mais difícil foi, de facto, chegar a casa e estar com "os meus" sem estar com a cabeça no Sr Manuel (o Sr do Melanoma reincidente) , na Dona Cecília (com cancro na mama e submetida ontem a reconstrução mamária) ou na Dona Cristina, com cancro ovárico, passado alguns anos peritoneal e agora hepático. Idade actual? 53 anos. Mais nova do que a minha mãe e uma vida em hospitais desde a detecção de "um raio de um nódulo no ovário". Prognóstico? Sombrio (diria eu) mesmo que a ESPERANÇA exista SEMPRE!!!
Corrigindo: Em matéria de tumores não se podem fazer prognósticos.

O objectivo é todo e só a CURA. Assim o é até se esgotarem TODAS as ferramentas disponíveis.
Quando não houver mais nada a oferecer ao doente (aperto no estômago), quando o tumor invadir órgãos irresecáveis, (aqueles relatórios que desejamos nunca os ter aberto) quando a disseminação for "brutal" (porque?),  o discurso basear-se-à em "qualidade de vida", no "evitar da dor" e  no permitir ao doente fazer e estar com quem e onde se sentir melhor. (Em termos mais cuidados, os chamados Cuidados paliativos).

Haja SAÚDE. Na ausência da mesma, haja força. Haja sempre e só, MUITA força!



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EU

Tenho que decidir e decidirei no dia em que chegar a P. Mas não. Não quero. E esta é a minha voz interior. É esta a voz que não me dei...